Especuladores... Ah! esses especuladores.

Especuladores... Ah! esses especuladores.

Autor: Paulo Muro

O mercado de capitais, a compra e venda de ações nas bolsas de valores, é muito associado ao mercado especulativo. E este, por sua vez, tido como uma atividade predadora.
Certamente há a especulação predadora, sobretudo a que manipula ou provoca tendências.

Mas o dinheiro aplicado em bolsa de valores é dinheiro produtivo. Ele está financiando a indústria, naquilo que não cabe aos financiamentos de curto e médio prazo, como capital de giro. Trata-se de capital. E no caso capital de risco.

Mas isso tem baixa liquidez, pois o capital aplicado numa indústria virou linha de produção, parque industrial, usina, caldeiras, maquinário, etc. Quando o investidor precisar resgatar seu investimento precisará encontrar um comprador interessado em ficar com sua parte na sociedade. 

Aí entra o “especulador”. Aquele que tem dinheiro destinado a dar liquidez ao mercado de ações. E como ele é só o “especulador” e não o “investidor” ele compra de quem precisar sair do investimento, e se dispões a vender para quem quer entrar e aplicar seu dinheiro na indústria produtiva. 

Portanto, dois mitos precisam ser revistos:

1 - Dinheiro em bolsa de valores é o capital destinado a produção que gera riqueza e empregos. Não é dinheiro que dá lucro sem fazer nada.  

2 – Especulador não é o vilão que pintam, mas é o agente que se dispõe a dar liquidez ao mercado. Equivale ao que compra e vende carros usados (opa, agora é seminovo). Se não fosse o especulador de carros, quando você precisasse vender seu carro para fazer caixa, iria anunciar o carro e aguardar por meses até aparecer um interessado na joia velhinha. 

Agora, quer mesmo saber o que é dinheiro aplicado em algo improdutivo?  São os títulos do tesouro. Rende as melhores taxas, alta liquidez, baixíssimo risco e financia o que há de mais inútil neste país. 

Paulo Muro
Curitiba

LinkedIn – 9 de março de 2020

 

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